sábado, 15 de agosto de 2009

Uma rapida apresentação...

Já notaram que todo homem, digo homem no sentido de ser humano, tem uma incrível vontade de se perpetuar na história, seja por seus feitos, conquistas e etc.

O problema: nem todos os homens conseguem um feito que os coloque nas páginas dos livros de histórias, na boca de desocupados, ou que os faça tema principal de conversas de meia idade...

A solução: Filhos... É a forma mais simples de se perpetuar saber que mesmo após a morte, alguém falará seu nome e lembrará do seu rosto, com carinho e admiração...

O Contra-Peso: você será esquecido cedo ou tarde...


...


Sendo assim, prefiro que seja tarde, o mais tarde possível, afinal todo e qualquer homem um dia será esquecido, mas em algum lugar, nos livros de história da sua avó ou nos Hard Drives do Google, terá uma linha reservada a ele e aos seus incríveis feitos, por mais fúteis que sejam esses, pelo menos uma linha...


É de conhecimento geral, se não o for, passa a ser agora, que eu sou, sem duvida, muito ambicioso, não me contentaria com uma única linha nos livros da vovó, ou com míseros 1024 bytes, de conhecimento ao meu respeito, por isso resolvi escrever um livro, não sei por que mas a sensação, de que alguém daqui a 2 ou 200 anos o chegue a ler e saber que um garoto chamado Cristhian, viveu por aqui, na busca incessante de se fazer imortal; me conforta...



CAPITULO UM

Iniciar.



Chovia, ele não chorava, mas os pingos d’ água escorrendo na janela, e sua imagem refletida no vidro, diziam tudo, ele não queria ir embora, afinal tinha acabado de fazer quatorze anos, não queria mudar de cidade, não queria ter que construir novas amizades, não queria uma nova reputação, ele gostava da dele: Cristhian, “O molequinho do computador”. Ele nem era tão bom assim, só sabia mentir bem, sabia fazer todos acreditarem no que ele dizia desde que começou a trabalhar, trabalhava num escritório de contabilidade, não fazia nada de muito importante, mas era esperto o suficiente pra aprender tudo que fosse possível, inclusive que a maioria esmagadora das pessoas é corrupta, e o restante delas usa os furos da lei para se dar bem, o importante é que nada disso importava mais, o ônibus ia sair às onze horas, e o motorista fazia questão de manter sua pontualidade.

Pegou as ultimas coisas pequenas o suficiente pra caber em uma bolsa; uma toca do flamengo, preta e vermelha e com as siglas do time, não valia um real é verdade, mas quem disse que coisas valiosas custam caro; um rádio de mão; e a própria bolsa, preta feita de jeans, grande e com proteção pra chuva, colocou tudo lá dentro, pegou a mala grande preparada, desceu as escadas, colocou as malas num canto, pegou a chave da moto biz azul 125cc, surrada na qual ele mesmo já caíra uma vez, e foi dar uma ultima olhada na sua cidade, pequena, mas muito bonita, passou pela igreja, pela ponte, pelo seu emprego, pelo o rio e pela a velha pracinha do fórum, o point dos namorados e dos ficantes da cidade, voltou para casa bem a tempo de não se atrasar, seu pai, nem esperou muito colocou a mala e a bolsa preta no porta-malas do carro, o mandou trocar de roupa, vestir uma calça.

Despediu-se do pai, mãe e irmãos, empacotou as malas e entrou no ônibus de cabeça erguida, mesmo que sua vontade fosse abaixá-la e chorar,o choro estava na sua garganta, lutando pra sair, mas ele engoliu com força, pois o ensinaram que homens não choram, o ônibus partiu e a vontade de chorar passou junto com as árvores da estrada e as horas do dia, a noite chegou e foi embora, e pela a manhã do outro dia ele imaginava como seria Brasília, capital da Republica, ele tinha muito tempo, o ônibus só chegaria ao destino por volta das uma ou duas horas da tarde, de modo que quando chegou já havia viajado por todas as reportagens e imagens que ele pudera se lembrar, desceu em uma grande avenida de seis vias, a qual ele não fazia idéia de como se chamava ou de onde ficava exatamente, entretanto reconheceu a mulher baixa e ruiva, sua madrinha. Ela o esperava ao lado de seu marido: Augusto, apelidado de Guto, e de um Carro modelo Parati 2003, prata, passados os comprimentos, colocaram as malas no porta malas e foram, se enveredaram pelos grandes caminhos da Brasília, lar dos ladrões mais inteligentes do Brasil, os que exigem terno e gravata para pratica de crimes, e andam de Mercedes Benz preta, com fume 90% e uma placa preta com letras douradas dizendo SENADO FEDERAL.

Passou pelo o palácio do planalto, pela a catedral e chegou numa rua um pouco atrás de uma passarela que dava pra um grande prédio ele tentou ler o que tinha escrito mais não conseguiu o carro entrou em uma quadra a uns duzentos metros da passarela, onde ele leu “Bloco E”, era um bloco com grades verdes mais altas que ele, pegou a bolsa, e a mala no bagageiro, e entrou no prédio, descobriu que o prédio não tinha elevador, subiu as escadas até o quarto andar, entrou no apartamento 402, e viu um sofá de couro marrom, com uma parede amarela com textura ao fundo de uma estante alta com muitos enfeites de dona de casa, com uma TV de 29” ligada a um decodificador Sky, e uma mesa de vidro grossa com uns enfeites que lembravam bolas de sinuca, olhou para o lado e viu o primo que algum tempo não o via, Pedro Horácio, na frente de computador, em sua pagina pessoal no orkut, o que não era muito comum para uma pessoa de 22 anos, e com um filho pra cuidar, do outro a sua prima Safira vinha com os braços abertos pra um abraço.

Ele colocou as bolsas no quarto que era de sua prima e viu pela a segunda vez o filho de seu primo, Pedro Augusto, dessa vez bem diferente da ultima vez, foi até a cozinha, onde achou sua outra prima Gabriela, que também já tinha uma filha, Iara, que tinha quase dois anos, perguntou o tinha pra comer, e ela respondeu: Pizza. Foi a primeira vez que ele almoçou pizza acabou gostando, o apartamento era pequeno, mas incrivelmente bonito e aconchegante, achou uma pena não passar a morar lá, sua casa. Sua nova casa ficava em Taguatinga, não sabia como ia ser, mas adorou o nome, ficou sabendo que iria para lá à noite e que moraria quase ao lado de um shopping, o que era legal por que onde morava não tinha nenhum.

À noite, seu tio Pedro chegou junto com sua mulher Geisy, a quem ele chamava carinhosamente de tia Geisy, aliás, ele tinha a mania de chamar todo mundo de tia, ainda mais que, daquele dia em diante ela seria sua anfitriã. Depois de alguma conversa, ele finalmente entrou no carro do seu tio, um gol 96, vinho, duas portas, com destino a Taguatinga, a inicio, pensará que Taguatinga fosse um bairro de Brasília, mas só notou que era uma cidade satélite, depois que entram em outra grande avenida de seis vias, passaram por um posto policial, por um clube e por um viaduto logo depois do anuncio de um motel, que dizia: “Afrodite Motel, “momentos” são eternos”. Quando dobraram em uma avenida menor com duas grandes vias, onde ele logo viu “Alameda Shopping”, e foi a primeira vez que ele viu um, era branco com janelas azuis, e uma torre onde no alto havia num letreiro azul e vermelho luminoso, o nome do mesmo estava escrito de maneira chamativa.

Logo depois entraram em uma rua menor ainda, seu tio diminuiu a velocidade fez a curva, tirou um controle pequeno do porta-luvas e abriu o portão de grades verdes de um prédio vinho, entrou e estacionou seu carro na ultima vaga coberta, desligou o motor e disse:

- É aqui!

Esperou sua tia descer, empurrou o banco dianteiro saiu, pegou a mala, e caminhou até a entrada atrás de seu tio, entrou em um, dos quatro elevadores, onde viu que passaria a morar no quinto andar, achou legal, aquela era a primeira vez que subia de elevador também, era uma sensação engraçada, o elevador parou com um baque ele saiu e entrou no apartamento 508 do prédio.

O apartamento, não era tão bonito quanto o da sua madrinha, mas mesmo assim era arrumado e conservado, com exceção dos montes de brinquedos espalhados pela a casa, o que o levou a deduzir que seus primos Pedro Hugo e Luis Eduardo, brincavam em algum lugar, mas se enganou, eles já estavam dormindo, aliás, a casa parecia dormir, seu tio abriu a porta de um dos três quartos da casa onde estavam seus filhos Hugo e Eduardo, dormindo em colchões no chão ao lado de uma cama vazia.

- Você vai dormir aqui, na cama. Sussurrou seu tio, enquanto sua tia ia pro quarto ao lado.

Ele achou estranho mais não contestou, acenou a cabeça positivamente e colocou a mala no chão ao lado da bolsa preta.

- Amanhã, eu te mostro o resto da casa, e a tua escola, agora eu vou dormir tô cansado. Disse seu tio, com um bocejo, e saiu.

Tirou a toca da bolsa e se deitou na cama, de lá ele podia ver no prédio ao lado, onde tinham muitas luzes acesas, e em uma delas uma garota dançando sozinha, só por dançar, por gostar mesmo ele pensou, não ligou muito, estava cansado e dormiu logo.



...bom esse é o piloto, nunca continuei o projeto, mas quem sabe um dia quando eu for velho demais pra me lembrar deste, eu ache por acaso esse arquivo em um dos meus pen-drives ou no meu próprio Hard Drive, ou quem sabe até, em uma das partições dos Google’s Hard Drives... Talvez ao ler de novo, lembre-me do meu antigo sonho de fazer a mim próprio imortal, talvez eu ria, talvez eu até termine o livro...

3 comentários:

  1. Preciso mesmo dizer alguma coisa? Hm, dedica ao menos a epígrafe pra mim, ok? Muito bom!

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  2. Srª Fada madrinha, (rs) poderia continuar essa estória? me gustó mucho, principalmente da forma que descreve as coisas

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  3. xD. é só um piloto alguém sem nome... quero continuar.. mas vai demorar algum tempo, eu acho, e tbm... o final dela não é exatamente feliz

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