segunda-feira, 27 de outubro de 2014

27 de Outubro

Ao som milagroso de Frederic Chopin...

“A verdade só fala em locais tranqüilos”.

Sim, só de locais tranqüilos...

 E essa noite falou comigo, depois de um pesadelo horrível, acompanhado por uma dor excruciante nas costas... Ahh, sim, essa noite a verdade falou comigo.  Sem conseguir dormir por conta da dor.  Me peguei pensando em tudo que passou, tudo que vivi, acabei entrando em um frenesi no qual não sabia se estava vivendo o presente, o futuro ou somente relembrando o passado, entretanto em todos esses tempos, em todas essas lembranças eu tinha algo que não posso mais viver sem...  eu tinha a Felicidade que você me traz.

Nesse mesmo dia... Há um ano atrás.

Acordei sonolento, afinal tinha passado grande parte da madrugada conversando besteira e jogando adedonha com minha vizinha... Uma moçinha da minha idade e muito boa de papo por sinal, também muito linda e de olhos elegantes e únicos, já que ela deve ser, muito provavelmente, a única mulher na face da terra cujas pupilas chegam a 80% do tamanho total da Iris e isso normalmente, a primeira vez que notei fiquei assustado, mas depois me rendi a mais esse charme, pra falar a verdade acho que já estava rendido.

Naquela noite fomos ao cinema e esse era tecnicamente nosso primeiro encontro, mas ninguém além de nós podia dizer o tamanho de nossa relação, que até então nunca tinha excedido uns toques de mão e beijos no rosto,e mesmo assim já nos sentíamos ligados um ao outro de um jeito totalmente especial. Nessa noite, assistimos ao um filme de comédia cujos atores representavam personagens delicadamente parecidos com o discreto casal que os assistia, eu estava nervoso e penso que ela também, quase como se estivéssemos amendrontados pelos toques e por toda aquela tensão que existia.

 Nessa noite nós nos beijamos pela primeira vez, e depois disso eu a deixei chorando... estava na hora e eu tinha de voltar.

Só voltei a vela em dezembro, dois meses depois,  e nunca fui tão feliz, me apaixonei de tal forma que senti medo e fui fraco, fiz coisas das quais não me orgulho e daria tudo pra voltar atrás e não magoá-la como magoei. Daria tudo pra voltar atrás e em vez do choro dar-lhe um sorriso.

E em meio ao turbilhão que foi nosso dezembro, conseguimos um feito histórico e inesperado. Engravidamos!. Meu mundo simplesmente desabou, tudo que eu pensei ter sido, simplesmente não era.

 Nem posso imaginar como foi pra ela esse período. Se meu mundo desabou, deve ter desabado em cima do dela... acho que essa sentença expressa bem o que ela sentia.

Reerguemos-nos e nos restabelecemos, conseguimos. Passamos por maus bocados mas também encontramos felicidade e alegria em cima de cada obstáculo, depois de cada desentendimento e cada crise que superamos achamos aquela alegria imensurável de estar ao lado um do outro. Sentindo o apoio do outro os problemas, antes monstruosos, pareciam insignificantes e contra todas as chances, aqui estamos, juntos e lindos, ela muito mais linda, óbvio.

“Não achou que eu iria escrever duas páginas e não colocaria nem uma piadinha entre elas? Ou achou?”... xD

Nunca achei que pudesse viver tanto em tão pouco tempo.

Nesse ano nós vivemos uma vida inteira, vivemos do nosso jeito é verdade.

Com nossos rompantes e risos e loucuras e demências e danças e beijos e abraços e tapas e gritos e afagos e xodós e sobretudo, com nosso amor. Nosso belo, puro, inconseqüente, volátil e totalmente instável amor.

Eu te amo.

Temos agora outro ano cheio de desafios e reviravoltas. Um ano digno de nós, digno do casal de loucos tolos apaixonados, teremos muitas experiências e muitos momentos impares, sei que passaremos por muitas brigas e gritos e sei que depois de cada um desses teremos uma infinidade de amor e alegrias que só podemos ter do lado um do outro.

Hoje fazemos um ano de amizade, namoro, noivado, casamento, vivemos tudo isso em um único ano, me pergunto o que os próximos anos tem a nos oferecer. Seja o que for, quero vive-los ao seu lado e ao seu lado somente.

Revivendo todos os dias a adorável experiência de dormir e acordar ao lado dessa mulher maravilhosa em todos os sentidos da palavra, Minha amiga, Minha namorada, Minha Noiva, Minha esposa, Mãe da minha filha, Minha vida.


Eu te amo. 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ladrão de Sentimentos...


Eu nunca tive um lugar certo, correndo de um lado pro outro, conhecendo lugares diferentes, pessoas diferentes, e ainda assim, não posso dizer que achei um lugar pra chamar de lar, existem alguns mais especiais que outros, terra natal, lugares que me confortam, sim, desse tipo realmente achei vários, tantos que não posso lembrar de todos...

 E mesmo afirmando isso, sei que tinha uma pergunta pra responder antes de falar algo assim.

O que é lar?

Uma casa? Família? Amor? Amigos?

Não tenho a resposta pra isso. Deveria ter.

Se tivesse de adivinhar, apostaria num banco de praça, debaixo de uma arvore que provesse sombra em um local ventilado.

Eu gosto de lugares assim, são em lugares como esse que praticava meus assaltos, não eram bem assaltos, eu meio que tomava emprestado.

Observando as pessoas que passam, tentando entender os sorrisos, olhares, trejeitos.

Roubar por um momento aquele sorriso, tentar entender seu motivo, sua razão...

 Observar um casal de namorados e roubar aquela paixão, aquele calor...

 Sentir aqueles abraços de despedida e continuar esperando... Esperando por mais sentimentos dos quais eu possa tomar proveito...

Esperando sentimentos que me intriguem, que me tomem, que me fascinem.

Esperando...

Talvez tudo não passe de inveja ou a minha falta de capacidade de sentir o mesmo...

Mas lá, por todos aqueles bancos em que estive observando, decifrando, ou até invejando, vendo o tempo passar e levar pessoas que eu nunca mais veria e que mesmo assim me fizeram um bem inimaginável. Naqueles bancos eu me sentia bem, seguro...


Era o lugar pra mim, sentia que era ali que eu deveria estar. Era o meu lugar. Meu lar.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

São só palavras...

“I heard she sang a good song... I heard she had style… And soo I came to see her…”

 Deixar os dedos correrem pelo teclado as vezes é tão difícil, preocupante...

 Tem sempre uma tensão pra saber se gostarão, se chegarão no final de mais um devaneio...

 Me pergunto as vezes, por que faço uma coisa assim tão inútil...

 Escrever pra alguns poucos ou quase nenhum ler, ou pra mim mesmo... Me ajuda a pensar admito... foi o que meu eu que escreve achou na fuga do mundo de desencontros que ele já está tão acostumado...

 ‘É o escape, o desabafo desse meu eu poeta que novamente sente, dessa vez bem diferente, o final de algo que não chegou a começar’

 Regido talvez, pelo embalo embriagado da parte de mim que na fuga, achou pecado...

 Talvez ? Não, não dessa vez... É tudo tão diferente dessa vez...

 Dessa vez...

 Você acha que esta indo bem, você acha que vai conseguir... e realmente consegue... de repente, não pensar não é algo tão difícil como era antes... não querer parece não ser impossível como era antes... e ai... Ai algum retardado toca uma música, e não é qualquer música, não uma das que coadjuvaram aquela história, aquele conto, não qualquer uma, mas a música... Aquela que gerou os apelidos, aquela cantada ao pé do ouvido durante um passeio em marcha lenta...

 E você só escuta um trecho, o começo... você grita pro retardado abaixar, usar fones... algo que faça parar e te jogue novamente na ilusão de que passou... inútil...

 A música para... e ainda assim continua, só continua pra você e só pra você ela faz sentido... só você escuta e só pra você ela adquire um poder estranho de trazer felicidade, saudade, tristeza, paixão, desejo... Só pra você.

 E ai...

 Ai você vê algum texto, palavras, e não qualquer palavras... Suas palavras, perdidas nas páginas e na vida de alguém... e tudo volta ao começo novamente... e as palavras também adquirem aquele poder estranho de traduzir ódio e amor, ao mesmo tempo, palavras que te fazem querer correr... pra perto e pra longe, ao mesmo tempo... que te fazem querer sair e entrar ao mesmo tempo...

Mas no final... são só palavras.

 É só uma música...

 O sentimento, a confusão, essa dualidade... essa quem fez fomos nós... e fizemos juntos... e somos culpados, culpados por não deixar passar.