O tempo passa...
Passa e leva as coisas que eram importantes para nós...
Nos tempos de eu menino, eu sentava alegre aos pés do pai e ouvia o som das rimas de cordel que ele trazia da rua...
Ficava fascinado...
“Como alguém consegue brincar com as palavras desse jeito? Como alguém consegue fazer as próprias palavras cantarem dessa forma?”
Foi pensando assim que descobri algo que o tempo não levaria de mim...
O Escritor...
Meu banho é demorado,
Não por luxúria, não.
Aprendi com um velho mago...
É que sozinho, lá eu penso...
Avôo longe, vou ligêro...
Vô com o vento
É na velocidade do pensamento
Que eu fecho os zói pro vidro opaco
E abro longe... Lá no mato.
Lá nos tempo de eu molequinho...
Deus do céu, matei tanto passarinho...
Lá, onde na noitinha, eu levava cada menininha
E às falava.
“Pica-Pau pica a madeira por amor...
E com carinho, na madeira nem dói nada
Em você... Meu benzinho
Vai doer só um pouquinho”
Mamãe, bruta, nem sabia quase nada que eu fazia
Mandava Vera ir me buscar.
Mamãe também nada sabia.
Vera não fazia só limpar
Foi ela quem me ensinou
O que fazer, onde pegar.
Vera que me ensinou tudo que tinha pra ensinar,
Mas Vera foi embora
Me deixou sem ter com quem falar,
Mas também, por essas hora.
Eu já sabia conversar.
As menininha, já mulerzinha.
Tinha mais nada pra reclamar.
Descobri que era fácil,
Uma palavra aqui outra acolá...
Um beijo aqui, minha mão lá...
Era só saber a hora do pino puxar...
A menina se assendia, se tremia...
Em cima de mim ela se explodia....
Era cada coisa que elas fazia...
Sério, se não fosse comigo..
Nem eu acreditaria...
E desse jeito eu fui crescendo, me espichando.
Sem comando, mais que o cão, danado...
Meu Deus do céu, eu era o Diabo...
Mas eu sempre fui muito amado,
Na escola, que eu nem ia.
Os professor sempre dizia:
“Eita Diacho, menino desse, pobre, feio
Burro e Fraco, da até pra se dizer,
Esse ai, vai ser nadinha quando crescer,
Mas, talvez, ele até faça algo pra nóis ler.
Escreve bem o desgraçado,
Da é gosto de se ver”.
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